sexta-feira, 20 de novembro de 2009
XIII Grupo de TDAH para portadores, familiares e Educadores.
* DIA: 24 DE NOVEMBRO DE 2009 (TERÇA-FEIRA)
* HORA: 19 HORAS
* LOCAL: AVENIDA 28 DE SETEMBRO, 389 - 7º ANDAR – AUDITÓRIO –
*BAIRRO: VILA ISABEL, RIO DE JANEIRO
* COORDENAÇÃO: DRA EVELYN VINOCUR
* PALESTRANTE CONVIDADA: TERESA PEREIRA – DIRETORA DE PROJETOS DO NDPC – NÚCLEO DE DESENVOLVIMENTO DO POTENCIAL COGNITIVO – CENTRO DE REPRESENTAÇÃO ICELP/ISRAEL. (O NDPC é constituído por profissionais das áreas de Psicologia e Psicopedagogia e tem como objetivo, otimizar o desenvolvimento das habilidades intelectuais dos indivíduos, independente da idade e do grau de dificuldade apresentado na aprendizagem. Atua nas áreas escolar, clínica, empresarial e social, desenvolvendo projetos educacionais no terceiro setor).
Cada vez mais, os grupos psicoeducativos tem se mostrado um forte ponto de encontro para a divulgação, entendimento, apoio e referência para pessoas com transtornos. Assim, parentes, familiares e amigos de pessoas com TDA/H se beneficiam muito desse tipo de encontro. No grupo, experiências, conflitos, culpas e vivências são compartilhadas. Você vai ouvir depoimentos e se quiser, dar o seu relato. O grupo é de extrema relevância e promove uma maior compreensão do que é o TDAH, como ele pode se manifestar (nas várias idades, seus diferentes subtipos), etc.
É importante ressaltar também que o TDAH apresenta excelente resposta ao tratamento medicamentoso. Falarmos sobre medicamentos e mitos acerca do tratamento do TDAH é de grande valia, pois o diagnóstico e tratamento precoces e corretos são parte fundamental para um vida com mais qualidade.
Os participantes receberão folders explicativos do TDA/H. Sortearemos o livro TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO do Prof. José Salomão Schwartzman, Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. Ao final do grupo, um lanche é servido aos participantes.
Telefone: (21) 2576-5198 Para saber mais, acesse: www.evelynvinocur.com.br, www.tdahemfoco.com.br
Favor confirmar presença.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Dra Evelyn Vinocur & Prof Joseph Sergeant, IV Congresso ABDA
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Congresso 2009 da ABDA trará Joseph Sergeant
PROF CONVIDADO - JOSEPH SERGEANT
* Sergeant para pais e professores: Inclusão, estratégias de estudo e desempenho acadêmico.
domingo, 26 de julho de 2009
CELEBRIDADES,TDAH E SUCESSO NA VIDA!
Você pode ser muito bem sucedido, acredite, e veja a história de gente famosa e portadora de TDAH, que publicamente assumiram serem portadores do transtorno.
Albert Einsten lutou com dificuldades escolares. Thomas Edson teve muita dificuldade para se concentrar na escola e precisou sair da escola. Sua mãe o alfabetizou e deu aulas a ele. Apesar de ambos terem contribuído muito para o mundo, eles mesmo se consideram tendo dificuldades escolares e possivelmente o TDAH. Muita gente famosa ao longo da história apresentou sintomas de TDAH e ainda assim alcançaram muito sucesso e poder.
Hoje em dia, você se depara com muita gente com TDAH em todos os caminhos da vida. Doutores, advogados, empresários, atores e artistas. TDAH na significa insucesso ou incapacidade de atingir metas de vida. As vezes, criatividade e pensamento inovador ajudam as pessoas rumo ao sucesso.
O que se segue são histórias de sucesso de pessoas que publicamente já disseram ser portadores de TDAH. A lista está aqui para ajudar qualquer pessoa a entender que ser portador de TDAH não significa fracasso. Esperamos que esta lista possa ajudar você a lutar contra os sintomas do TDAH ao longo da vida.
Personalidades do Esporte
Terry Bradshaw
Terry Bradshaw was zagueiro do Pittsburgh Steelers e durante o tempo em que ficou time, ganhou quarto grandes prêmios, quatro taças para o seu time. Ele hoje trabalha como consultor de futebol e é co-patrocinador do Fox NFL Sunday. Terry Bradshaw tem o diagnóstico de TDAH e sofre de depressão.
Chris Kaman
Chris Kaman é o centro-avante do The Los Angeles Clippers. Quando seus pais procuraram ajuda médica, ele foi diagnóstico como portador de TDAH. Ele fez uso da Ritalina por muitos anos e hoje prefere lidar com seus sintomas através de estratégias comportamentais.
Hank Kuehne
Hank Kuehne venceu o campeonato do The U.S. Amateur em 1998 e regularmente joga golf no Canadian Tour. Hank foi um bebedor pesado de álcool na juventude e procurou tratamento aos 19 anos. Ficou sóbrio desde então. Ele atribui o seu beber pesado ao não diagnóstico de seus problemas de aprendizado e ao TDAH.
Cammi Granato
Cammi Granato venceu a medalha de ouro do hockey no gelo no Olympics. Ela compete no campeonato mundial desde 1990. Ao ser diagnóstico com TDAH, ela sentiu-se aliviada e entendeu as razoes de sua luta precoce, principalmente com problemas escolares. Seu TDAH, ela acredita, ajudou-a a vencer no hockey. O seu incansável jeito de ser contribuiu para o seu caminho rumo ao sucesso.
sábado, 25 de julho de 2009
COM ALTAS DOSES DO METILFENIDATO OROS EM JOVENS COM TDAH
Muita controvérsia existe sobre os efeitos de altas doses do metilfenidato de liberação controlada sobre o sistema cardiovascular de jovens com TDAH. É indicado que se observe o ECG, a pressão arterial sistólica e a diastólica e a freqüência cardíaca para esses pacientes. Um estudo foi feito na Universidade de Harvard, com 114 jovens portadores de TDAH que estavam usando doses acima de 1,5 mg/kg/dia. Os parâmetros vasculares foram repetidos dentro de seis semanas e seis meses após. Os resultados obtidos foram pequenos embora significativos, sobre alterações na pressão diastólica e na freqüência cardíaca na sexta semana, porém não foram encontrados nenhum aumento até a nova checagem, seis meses após. Vemos por esse estudo que houve um pequeno e significativo aumento na pressão arterial diastólica ao longo do tempo. Interessante ressaltar que 30% desses pacientes já haviam tido elevações isoladas da pressão arterial antes de fazerem parte desse estudo e que 15% deles tiveram três atendimentos consecutivos onde foi visto aumento da pressão arterial durante o tratamento com metilfenidato oros. Não houve alterações significativas nos parâmetros do ECG durante o tratamento. Também não houve efeitos colaterais sérios durante o estudo. Podemos concluir, através desse estudo, que o tratamento com doses relativamente elevadas de metilfenidato oros foi associada a um pequeno aumento da pressão arterial diastólica e freqüência cardíaca durante as seis primeiras semanas do tratamento, sem alterações clínicas significativas no ECG. E que essas observações são consistentes com estudos anteriores usando doses mais baixas de metilfenidato.
Hammerness P, Wilens T, Mick E, Spencer T, Doyle R, McCreary M, Becker J, Biederman J.
Clinical and Research Program in Pediatric Psychopharmacology, Massachusetts General Hospital and Harvard Medical School, Boston, MA 02138, USA. phammerness@partners.org
terça-feira, 30 de junho de 2009
15 DICAS PARA CONTROLAR A PRESSÃO ALTA
Controle do peso Confira o seu índice de massa corporal. Basta fazer o cálculo do seu peso em quilogramas dividido pelo quadrado da sua altura em metros. O resultado deve estar situado em um índice de massa corporal entre 20 kg/m² e 25 kg/m². E a medida da circunferência abdominal deve ser inferior a 102 cm para homens e 88 cm para mulheres. Para manter o seu peso em uma faixa ideal, você deve seguir uma dieta hipocalórica balanceada orientada individualmente por um nutricionista, evitando o jejum ou o uso de dietas "milagrosas", que causam mais danos ao organismo que benefícios. Esta dieta deve constituir-se de uma mudança em busca da ingestão de alimentos mais saudáveis que respeitem suas preferências.O aumento de atividade física diária deve estar associado à mudança de hábitos alimentares. Esta prática deve ser orientada e estimulada por profissionais com treinamento específico e com prévia avaliação médica.O uso de anorexígenos - remédios para emagrecer - não é aconselhável pelo risco de complicações cardiovasculares.Esses objetivos devem ser permanentes, evitando-se grandes e indesejáveis flutuações do peso. A perda de peso é muito importante, pois a diminuição de 5% a 10% do peso corporal inicial já é suficiente para reduzir a pressão arterial, além de estar relacionada à queda da insulinemia, à redução da sensibilidade ao sódio e à diminuição da atividade do sistema nervoso simpático. Mas o mais importante é a manutenção do peso alcançado com as mudanças de hábitos citadas acima.
Redução da ingestão de sal (cloreto de sódio)Limitar a ingestão diária de sódio ao máximo de 2,4 g de sódio ou 6 g de cloreto de sódio (uma colher de chá). Esse total deve incluir o sódio contido nos alimentos naturais e manufaturados. O sal é considerado um fator importante no desenvolvimento e na intensidade da hipertensão arterial. Sua restrição também está associada a uma redução da mortalidade por acidente vascular encefálico e regressão da hipertrofia ventricular esquerda (aumento da musculatura do ventrículo esquerdo do coração).Na prática, devem ser evitados alimentos enlatados, conservas, embutidos e defumados. Utilizar o mínimo de sal no preparo dos alimentos, além de evitar o uso de saleiro à mesa, durante as refeições. Para que o efeito hipotensor máximo da restrição salina se manifeste, é necessário um intervalo de pelo menos 8 semanas.São exemplos de alimentos ricos em sal:
Sal de cozinha (cloreto de sódio) e temperos industrializados;
Alimentos industrializados (ketchup, mostarda, molho shoyu, caldos concentrados); Embutidos (salsicha, mortadela, lingüiça, presunto, salame, paio);
Conservas (picles, azeitona, aspargo, palmito);
Enlatados (extrato de tomate, milho, ervilha);
Bacalhau, carne seca, defumados;
Aditivos (glutamato monossódico) utilizados em alguns condimentos e sopas de pacote;
Queijos em geral.
Aumento da ingestão de potássio É recomendável que a ingestão diária de potássio fique entre 2 e 4g, contidos em uma dieta rica em frutas e vegetais frescos.A ingestão do potássio pode ser aumentada pela escolha de alimentos pobres em sódio e ricos em potássio (feijão, ervilha, vegetais de cor verde-escuro, banana, melão, cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata inglesa e laranja). Existe a possibilidade de o potássio exercer efeito anti-hipertensivo, ter ação protetora contra danos cardiovasculares e servir como medida auxiliar em pacientes submetidos a terapia com diuréticos - que expoliam o potássio, desde que não existam contra-indicações.
Redução ou abandono da ingestão de álcool O consumo excessivo de álcool eleva a pressão arterial, causa variações nos níveis pressóricos, aumenta a prevalência de hipertensão, é fator de risco para acidente vascular encefálico, além de ser uma das causas de resistência a medicamentos anti-hipertensivos. Para os hipertensos do sexo masculino que fazem uso de bebida alcoólica, é aconselhável que o consumo não ultrapasse 30 ml de etanol/dia, contidos em 60 ml de bebidas destiladas (uísque, vodca, aguardente, etc.), 240 ml de vinho ou 720 ml de cerveja. Em relação às mulheres e indivíduos de baixo peso, a ingestão alcoólica não deve ultrapassar 15 ml de etanol/dia - metade do preconizado para os homens. Aos pacientes que não conseguem se enquadrar nesses limites de consumo, sugere-se o abandono do consumo de bebidas alcoólicas.
Prática regular de exercícios físicosPraticar exercícios físicos aeróbios por um período de 30 a 45 minutos por dia, três a cinco vezes por semana é um bom começo. O exercício físico regular reduz a pressão arterial, além de contribuir para a diminuição do peso corporal e de ter ação coadjuvante no tratamento das dislipidemias, da resistência à insulina, do abandono do tabagismo e do controle do estresse. Contribui, ainda, para a redução do risco de indivíduos normotensos desenvolverem hipertensão. O baixo nível de condicionamento físico está associado a maior risco de óbito por doenças coronarianas e cardiovasculares em homens sadios, independentemente dos fatores de risco convencionais. Exercícios isométricos, como levantamento de peso, não são recomendáveis para indivíduos hipertensos. Pacientes em uso de medicamentos anti-hipertensivos que interferem na freqüência cardíaca (como, por exemplo, betabloqueadores) devem ser previamente submetidos a avaliação médica.
Suplemento de cálcio e magnésio Manter ingestão adequada de cálcio e magnésio. A suplementação dietética ou farmacológica desses cátions ainda não tem embasamento científico suficiente para ser recomendada como medida preventiva. A manutenção de ingestão adequada de cálcio é uma medida recomendável na prevenção da osteoporose.
Combate ao tabagismoO cigarro eleva agudamente a pressão arterial e favorece o desenvolvimento e as complicações da aterosclerose - doença crônica e degenerativa que leva à obstrução das artérias por depósito de gorduras em seu interior. A interrupção do fumo reduz o risco de acidente vascular encefálico - derrame, de doença isquêmica do coração - infarto, de doença vascular arterial periférica - trombose e de morte súbita.A exposição ao fumo (tabagismo passivo) também deve ser evitada, pois o tabagismo é a mais importante causa modificável de morte.
Controle das Dislipidemias A hipercolesterolemia - aumento do colesterol ruim no sangue ou ','')">LDL-colesterol é um dos maiores fatores de risco cardiovascular. Os alimentos ricos em colesterol ou em gorduras saturadas são: porco (banha, carne, bacon, torresmo), carne de gado com gordura visível, lingüiça, salame, mortadela, presunto, salsicha, sardinha, miúdos (coração, moela, fígado, miolos, rim), dobradinha, caldo de mocotó, frutos do mar (camarão, mexilhão, ostras), pele de frango, couro de peixe, leite integral, creme de leite, nata, manteiga, gema de ovo e suas preparações, frituras com qualquer tipo de gordura, óleo, leite e polpa de coco, azeite de dendê, castanhas, amendoim, sorvetes, chocolate e derivados. O são de 35-50mg/dl.','')">HDL-colesterol - conhecido como bom colesterol - quando está baixo, pode ser aumentado em resposta à redução do peso, à prática de exercícios físicos e à suspensão do hábito de fumar.O aumento dos triglicerídeos deve ser tratado com medidas dietéticas, como a redução da ingestão de carboidratos simples e de bebidas alcoólicas. Quando necessário, recomenda-se o uso de fibratos, prescritos por seu médico. Entre os alimentos que aumentam os triglicérides estão todas as preparações que contenham açúcar. Mel e derivados, cana de açúcar, garapa, melado, rapadura, bebidas alcoólicas e todos os alimentos ricos em gordura. Como medidas dietéticas gerais recomenda-se aumentar o conteúdo de fibras da dieta, substituir os carboidratos simples (açúcar, mel e doces) pelos complexos (massas, cereais, frutas, grãos, raízes e legumes), restringir bebidas alcoólicas, reduzir a ingestão de gorduras saturadas, utilizando preferencialmente gorduras mono e poliinsaturadas na dieta.
Manejo da Intolerância à glicose e do Diabetes Mellitus Resistência à insulina e diabetes melito são condições freqüentemente associadas à hipertensão arterial, favorecendo a ocorrência de doenças cardiovasculares, principalmente coronarianas. Sua prevenção tem como base a redução da ingestão calórica, a prática regular de exercícios físicos aeróbios e a redução da ingestão de açúcares simples.
Menopausa A diminuição da atividade estrogênica - estrôgenio é um dos hormônios femininos - após a menopausa aumenta de duas a quatro vezes o risco cardiovascular. A reposição estrogênica após a menopausa não está contra-indicada paramulheres hipertensas, pois tem pouca interferência sobre a pressão arterial. Converse com seu ginecologista sobre isto.É importante lembrar que a reposição hormonal é contra-indicada para mulheres de alto risco cardiovascular. Como um pequeno número de mulheres apresenta elevação da pressão arterial, há necessidade de avaliação periódica da pressão após o início da reposição. Devido ao aumento de risco de eventos coronarianos, cerebrovasculares e tromboembolismo venoso, a terapia de reposição hormonal não deve ser utilizada com o intuito de promover proteção cardiovascular.
Estresse oxidativo Acumulam-se evidências de que o estresse oxidativo é um fator de risco relevante para doença cardiovascular, podendo associar-se com dieta hipercalórica e pobre em frutas e vegetais. A correção desse desvio alimentar pode minimizar esse risco. Todavia, a recomendação para suplementar antioxidantes requer evidências mais consistentes.
Estresse psicológico A redução do estresse psicológico é recomendável para diminuir a sobrecarga de influências neuro-humorais do sistema nervoso central sobre a circulação. Contudo, a eficácia de técnicas terapêuticas de combate ao estresse com vistas à prevenção e ao tratamento da hipertensão arterial ainda não está estabelecida universalmente. Há evidências de possíveis efeitos do estresse psicossocial na pressão arterial relacionadas a "condições estressantes", tais como pobreza, insatisfação social, baixo nível educacional, desemprego, inatividade física e, em especial, aquelas atividades profissionais caracterizadas por altas demandas psicológicas e baixo controle dessas situações. Técnicas de relaxamento, tais como ioga, biofeedback, meditação transcendental, tai chi chuan e psicoterapia, não são superiores a técnicas fictícias ou a automonitorização.
Medicamentos que podem aumentar a pressão arterialAlgumas medicações podem influenciar a sua pressão. Se você faz uso de algum dos medicamentos citados abaixo, converse com o seu médico. Ele saberá como você deve agir.Anticoncepcionais orais, antiinflamatórios não-esteróides, anti-histamínicos e descongestionantes, antidepressivos tricíclicos, corticosteróides, esteróides anabolizantes, vasoconstritores nasais, carbenoxolona, ciclosporina, inibidores da monoaminoxidase (IMAO), chumbo, cádmio, tálio, alcalóides derivados do "ergot", moderadores do apetite, hormônios tireoideanos (altas doses), antiácidos ricos em sódio e eritropoetina.
Outras dicas de alimentação mais saudável
Recomenda-se aumentar o conteúdo de fibras da dieta (grãos, frutas, cereais integrais, hortaliças e legumes, preferencialmente crus).
Preparar as carnes de aves sem a pele e os peixes sem o couro, retirar a gordura visível das carnes vermelhas, evitar o uso de gorduras saturadas no preparo dos alimentos, dar preferência aos produtos desnatados e às margarinas cremosas.
São exemplos de óleos insaturados: soja, canola, oliva, milho, girassol e algodão, usar preferencialmente os três primeiros.
Evitar o uso de óleo de coco e dendê.
Evitar frituras. Ingerir alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados.
Preferir ervas, especiarias e limão para temperar os alimentos. Note que os alimentos não são proibidos na sua dieta. Todos nós temos direito a um churrasquinho no final de semana, junto com os amigos. O que deve estar na sua mente é que é possível ficar bem com uma dieta mais equilibrada. O benefício para o seu organismo compensa o seu esforço de mudança. Você se sentirá mais ativo e com mais disposição para as tarefas diárias. Sua produtividade vai aumentar e, com ela, todos os resultados serão alcançados mais rapidamente.
Mude seus hábitos e viva tranqüiloEssas medidas preventivas devem ser adotadas desde a infância. Toda a família deve participar e colaborar na melhoria da qualidade de vida. Uma vez que bons hábitos são adquiridos, fica fácil mantê-los. Controle do peso, dieta balanceada e prática de exercícios físicos regulares são medidas simples, que, quando implementadas desde fases precoces da vida, representam benefício potencial sobre o perfil de risco para doenças cardíacas e vasculares. A presença de fatores de risco não-modificáveis, tais como homens com mais de 45 anos e mulheres com mais de 55 anos, parentes de primeiro grau com doença coronariana em idades prematuras (homens com menos de 55 anos e mulheres com menos de 65 anos), significa que é necessário um maior rigor no controle dos fatores de risco modificáveis. Uma equipe de apoio com profissionais de especialidades diferentes como nutricionistas, enfermeiros, médicos e professores de educação física podem auxiliá-lo a seguir um programa preparado especialmente para você. Também é interessante participar de grupos de hipertensos para conhecer pessoas que, na mesma situação, muitas vezes se adaptam de forma prazerosa às novas atividades. Também é uma ótima oportunidade para criar novos amigos.
Fonte:
III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
sábado, 27 de junho de 2009
domingo, 24 de maio de 2009
DISTURBIO RESPIRATÓRIO NO TDAH É COMUM E PODE PASSAR DESPERCEBIDO
O TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é caracterizado por uma gama de problemas relacionados à falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Esses problemas são causados por alterações no desenvolvimento de algumas áreas cerebrais que funcionam mais lentamente, causando dificuldades à criança em sua vida diária. O TDAH é um distúrbio biopsicossocial, ou seja, é fortemente influenciado por fatores genéticos, biológicos, sociais e vivenciais, que contribuem para a intensidade dos problemas experimentados. Foi comprovado que o TDAH atinge 3% a 10% da população ao longo da vida. O diagnóstico precoce e tratamento adequado podem reduzir drasticamente os conflitos sociais, familiares, escolares, comportamentais e psicológicos vividos por essas crianças e seus familiares. Estudos mostram que através de um diagnóstico e tratamento corretos, um grande número dos problemas como repetência escolar, abandono dos estudos, depressão, distúrbios de comportamento, problemas vocacionais e de relacionamento, bem como abuso de drogas, pode ser adequadamente tratado ou até mesmo evitado. Sabemos que a presença outras patologias são a regra no curso do TDAH e não a exceção. Por isso devemos ficar atentos à problemas auditivos, visuais, transtornos de aprendizagem, distúrbios da coordenação motora, transtornos psiquiátricos diversos entre outros. Problemas dos sono estão presentes em percentual razoável nessas crianças, sendo comum a sonolência excessiva durante a tarde. Por isso, é fundamental a investigação sobre dos distúrbios obstrutivos respiratórios do sono em crianças com TDAH, uma vez que o problema dificulta as crianças de prestarem atenção e aprenderem o conteúdo das disciplinas escolares como os outros alunos. Alem disso, elas ficam agitadas ou às vezes apáticas, por conta do problema respiratório.O uso da telerradiografia em norma lateral como auxiliar no diagnóstico dos Distúrbios Obstrutivos Respiratórios do Sono em Crianças com TDAH foi desenvolvido pela Unicamp – SP e realizado em crianças com distúrbios de aprendizagem. Quando respiramos com dificuldade, a respiração alterada leva ao que chamamos de dessaturação, ou seja, prejuízo da oxigenação em áreas do cérebro como a área pré-frontal, que é a área mais comprometida no TDAH, agravando ainda mais o quadro.Como a criança não dorme bem, pode prejudicar a atenção, a conduta e o aprendizado. Por isso é importante a família e os professores terem informações sobre esse assunto e ficarem atentos aos alunos. Especialistas em TDAH precisam fazer uma triagem da parte respiratória em toda criança diagnosticada como tal. Se elas apresentam o problema, é importante diagnosticar se elas têm também os Distúrbios Obstrutivos Respiratórios do Sono, ou os dois. Avaliação odontológica é fundamental também, pois a criança pode ter atresia dos maxilares, o que acaba fragmentando a passagem do ar pelas vias aéreas e diminuindo o espaço de passagem do ar. Temos sempre que perguntar se a criança dorme bem, se ela ronca e se respira pelo nariz. Crianças que dormem de barriga para cima ficam com a ponta da língua baixa e não no céu da boca e podem ficar com a via aérea muito reduzida, até mesmo fechar em direção da garganta. a adenóide, as amígdalas e os maxilares. Importante também a avaliação da úvula, amígdalas e adenóides, além de desvio de septo. Não é normal a criança roncar, falar à noite, ter refluxo gastroesofágico, ranger os dentes (bruxismo), transpiração da cabeça e do tórax (excessiva), enurese noturna (fazer xixi na cama até 7 ou 8 anos) e movimento das pernas inquietas durante o sono, ou agitar as pernas e mãos durante o dia. Também podem apresentar problemas como a rinite alérgica crônica e amigdalites que atrapalham muito a respiração. Como a criança não consegue respirar de forma eficiente, ela tem um sono agitado e essa reação que ela apresenta é o corpo se movimentando devido a dificuldade da respiração. A criança pode ainda ter pesadelos e acordar gritando. A identificação desses distúrbios do sono pode ser percebida logo ao nascer pelos pais, melhor verificada pelos pediatras. Os pais muitas vezes percebem as agitações do sono, mas não as relacionam com fatores que podem aumentar a hiperatividade, prejudicar a atenção e o aprendizado nas crianças com TDAH. Também devem ser investigados os fatores como congestionamento nasal, apinhamento dental, palato ogival, lábios entreabertos, inflamação clínica das tonsilas palatinas, úvula (campainha) alongada e mau hálito.O TDAH, para ser adequadamente tratado necessita, como vemos, de uma avaliação clínica detalhada por profissional capacitado neste tipo de atendimento.
sábado, 23 de maio de 2009
UMA REVOLUÇÃO NA MEDICINA: A MEDICINA PERSONALIZADA
Instituto da USP desenvolve 1.º teste do tipo no País; medida reduz efeito adverso e melhora eficácia do tratamento
O novo exame poderá aumentar a eficácia e reduzir os efeitos colaterais de tratamentos com psicofármacos, analgésicos, remédios para cardiopatias, câncer, epilepsia e outras doenças.
O Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP)desenvolveu um exame genético que ajuda a determinar a dose certa de medicamento para cada paciente. A velocidade com que o organismo processa ou elimina uma droga varia de pessoa para pessoa. A diferença explica porque a mesma quantidade de remédio causa efeitos adversos em alguns indivíduos e pode ser ineficaz para outros. O novo teste mostra a resposta do organismo de cada paciente a uma variedade de medicamentos – psicofármacos, analgésicos, remédios contra cardiopatias, câncer – e viabiliza o
ajuste personalizado da prescrição. O exame avalia os genes responsáveis pela produção de duas enzimas do fígado: a CYP2D6 e a CYP2C19. Elas atuam no metabolismo de 75%
dos medicamentos. Tais genes não são iguais em todas as pessoas. Apresentam formas diferentes, conhecidas como alelos. Os pesquisadores do IPq identificam quais alelos
estão presentes no genoma de cada paciente.Há uma associação direta entre o alelo encontrado e a resposta ao remédio.
“A pesquisa começou com uma paciente que não melhorava com nada”, recorda Wagner Gattaz, presidente do conselho do IPq e diretor do Laboratório de Neurociências, responsável pelo exame. Aos 10 anos, Talita (nome fictício) apresentou um quadro de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Durante sete anos, passou por sete consultórios diferentes e experimentou vários remédios. Nenhum funcionou. A família cogitou viajar aos Estados Unidos em busca de um tratamento eficaz. Dr. Gattaz sabia da existência de um exame para medir a ação das duas enzimas nos Estados Unidos, mas enviar o material seria sempre uma alternativa cara e demorada. Resolveu desenvolver teste semelhante no Laboratório de Neurociências que dirige. A coordenadora de genética do laboratório, Elida Benquique Ojopi, conduziu as pesquisas. Quando o exame ficou pronto, foi aplicado em Talita. Descobriu que ela é “metabolizadora ultrarrápida”: seu organismo elimina o remédio antes de ele exercer o efeito terapêutico. Hoje Talita toma uma dose 6 vezes
maior do que a usual sem ter efeito colateral. Há três anos não apresenta sinal da doença.
“Minha filha está na faculdade, tem vida normal e muitos amigos”, conta a mãe de Talita. “Eu nunca prescreveria uma dose seis vezes maior sem o novo exame”, diz Gattaz.“Seria muito arriscado.” O metabolismo de vários antidepressivos, por exemplo, depende das duas enzimas. Estima-se que a dosagem em 25% das prescrições receberia ajustes
depois do exame genético. NO BRASIL Elida conta que médicos têm encaminhado pacientes para realizar o exame no instituto. Cerca de 250 pessoas utilizaram o serviço. Até agora, a ocorrência de alelos que não demandam correção na dosagem foi igual para os dois genes: cerca de 62% dos pacientes analisados. “Exames como esse representam o início de uma nova fase no tratamento das pessoas – a medicina personalizada”, afirma o
diretor do Laboratório de Neurociências. Ele considera provável que,em um futuro próximo,
as informações obtidas no teste sobre as duas enzimas farão parte do registro clínico de qualquer paciente, como hoje ocorre com outras informações como o tipo de sangue.
Nos Estados Unidos, três empresas realizam o exame, que custa, em média, R$ 1.900. O
IPq cobra cerca de R$ 500 pelo teste, que não recebe cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS). “O dinheiro é reinvestido em pesquisas do instituto”, aponta Gattaz.
domingo, 29 de março de 2009
O poder do STIGMA
Vez por outra eu me flagro pensando em alguma situação de vida diária que eu ouvi durante uma sessão. Ou até mesmo coisas que eu pensei. Coisas interessantes, por vezes fascinantes: o modo como a vida evolui, como os fatos geram outros, e por aí vai. Pacientes que já vivenciaram a dor da perda de um ente querido... a dor de um filho que tem algum problema ou que não aprende ou que dorme até tarde e falta a aula...
As maiores fobias do ser humano, sabe quais são?
Eu diria:
- do medo de ter medo...
- de ir ao psiquiatra (pra eles = médico de maluco)
- de tomar remédio psiquiátrico
- de morrer
- de tomar remédio pra vida toda...
É comum que a pessoa fale de seus sentimentos mais indignos e apavorantes e inaceitáveis, elas até falam, como por exemplo, da raiva, ódio e inveja que sentem, mas deixam “bem claro”, ou seja, nas entrelinhas, que aquele espaço é como um “lugar sagrado”, onde ninguém pode sequer chegar perto... então a pessoa verbaliza aqueles sentimentos horrorosos e ao mesmo tempo os ignora, por não aceitá-los como sendo parte deles mesmos. E a “opção” de foco de tratamento vai para outros temas mais “permitidos”, digamos assim. E sabe porque? Pelo preconceito que temos, pelo medo e pavor de sermos linchados e excluídos da família, da sociedade, etc. afinal, quem vai conviver com um cara cheio de ódio e inveja?! Nossa...
Precisamos de humildade. Para podermos aceitar que somos humanos. Iguais. Cheios de purezas e impurezas. De coisas boas e ruins.
Seria tão bom se a gente olhasse mais pra nós mesmos... pois assim culparíamos menos outras pessoas...
Psiquiatra trata de emoções. Mas que palavra feia! Lembra maluco, doido, esquisito e rejeitado! Quanto preconceito... é que nem boi que é marcado. É o stigma! Hum, coisa forte... e aí, o psiquiatra tenta amenizar, dizendo que é neuropsiquiatra ou neurologista ou terapeuta ou sei lá o que... quando na realidade é um profissional médico querendo ajudar – e só.
Bem, na verdade, ficar doente é complicado. Doença crônica, nem se fala, sai pra lá... doença crônica e psiquiátrica – aí já é demais – eu rejeito e não quero nem saber... mas como eu ia dizendo, se tratar é a pior coisa que existe. Custa tempo e dinheiro e mais um monte de coisas chatas!!! Por isso precisamos da tal aceitação, boa vontade, humildade, etc. muita calma nessa hora. Muita fé e pensamento positivo. Pensamento estaca = inabalavelmente positivo e determinado a melhorar.
Mais de 50%das pessoas que foram me procurar abandonaram o tratamento antes da hora, por já se acharem bons. Mais de 15% voltaram, um ano ou um ano e meio depois, por acharem que precisavam se tratar e que foi pior terem interrompido. Quase todos os que interromperam, procuraram outros tipos possíveis de ajuda – homeopatia, terapia, centro espírita, ficar sem tomar remédio, santo dime, tratamentos de outras especialidades que não a psiquiatria, etc.
Mais de 90% das pessoas que me procuraram melhoraram e acharam válido o fato de terem ou estarem se tratando. Vale a pena tentar.
Não se desista!!
Beijos no coração!!
domingo, 22 de março de 2009
II CONGRESSO DE NEUROLOGIA - ANERJ 2009
nos dias: 26 a 28 de março de 2009 - Hotel Intercontinental – Rio de Janeiro
TEMAS PRINCIPAIS:
1) Neuroimunologia
Mitos e Verdades sobre a Esclerose Múltipla
2) Neuropediatria
Biologia molecular no auxílio ao diagnóstico de doenças neurodegenerativas
3) Doença de Parkinson: Aspectos atuais
4) Neuropatias periféricas: Atualização
5) Atualização das Demências
6) Diagnóstico e tratamento das cefaléias e da dor
7) Epilepsias
Aspectos genéticos e tratamento das formas refratárias
8) Neuroinfecção e líquor
Infecções do sistema nervoso central
9) Doenças do neurônio motor
Trinta anos de experiência clínica na Esclerose Lateral Amiotrófica no Brasil
10) Doenças Cerebrovasculares
O que há de novo sobre AVC isquêmico, Hemorragia subaracnóidea e procedimentos endovasculares
11) Neurointensivismo
Atualização em terapia intensiva neurológica e traumatismo crânio-encefálico
Você terá a oportunidade de ouvir palestrantes nacionais e internacionais sobre os temas mais atuais no campo da neurologia ao longo da vida.
AUTO RELATO DE UMA PROFESSORA
O QUE VOCÊ FARIA?
OMO FICA O SISTEMA EDUCACIONAL?
sábado, 7 de março de 2009
AUTO RELATO DE UMA LEITORA:
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
TRASTORNO BIPOLAR - AS DUAS FACES DO HUMOR
Há dias em que a euforia bate no céu. Em outros a depressão leva ao fundo do poço. A novidade sobre essa gangorra de emoções é que os cientistas confirmam a suspeita de que uma molécula presente no cérebro e no sangue pode apontar a predisposição para a doença (sim, é doença!) com boa margem de segurança
É como levar uma vida dupla.
Para os portadores do transtorno bipolar doença que há poucos anos era conhecida como psicose maníaco-depressiva , encontrar o equilíbrio entre as duas pontas das emoções radicais é como tentar andar sobre um terreno movediço. "É o pessoal do oito ou 80", resume o psiquiatra Diogo Lara, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e autor de Temperamento Forte e Bipolaridade. "Diferentemente de quem tem um humor saudável, os que sofrem desse transtorno não costumam ser previsíveis ou flexíveis nem respondem com proporcionalidade aos estímulos." Acredita- se que 1% da população mundial conviva com o tipo 1 da doença, considerado o mais grave.
Pode até parecer pouco, mas na verdade o transtorno bipolar é um tormento para muito mais gente. Estima-se que cerca de 5% das pessoas tenham instabilidades de humor em algum grau. Feitos os cálculos, os brasileiros alterados somam aproximadamente 9 milhões. Muitos deles nem sabem do próprio distúrbio. Outros, ainda pior, são tratados da maneira errada. "Nesse caso o diagnóstico costuma ser esquizofrenia ou simplesmente depressão", conta o psiquiatra Jair Soares, chefe da Divisão de Transtornos do Humor e Ansiedade da Universidade do Texas em San Antonio, nos Estados Unidos.
Sabe-se que essa é uma doença em grande parte determinada pelo histórico familiar. Uma criança que tem um dos pais com transtorno bipolar apresenta uma probabilidade de 15% a 20% de manifestar o mesmo problema. Um estudo, realizado com gêmeos idênticos, mostrou ainda que, se um deles tem a doença, o risco de o outro também vir a ser uma vítima é de 80%.
A mais recente descoberta sobre a origem do mal vem de um grupo de pesquisa do Hospital das Clínicas de Porto Alegre. Os cientistas andavam em busca de uma pista sobre a relação entre o transtorno bipolar e a molécula BDNF (sigla em inglês para fator neurotrófico derivado do cérebro), cuja atuação na memória já era bem conhecida. As evidências dessa ligação ficaram muito claras em seu estudo.
Igual a todo distúrbio da mente humana, porém, a bipolaridade também é determinada pela maneira como lidamos com as adversidades. "Muitas vezes podese até herdar o gene que leva a uma predisposição, mas, sem um evento estressante, o transtorno não se desenvolve", afirma o psiquiatra Beny Lafer, professor da Universidade de São Paulo e coordenador do grupo de pesquisa em transtorno bipolar do Hospital das Clínicas da capital paulista. "Em caso de estresse emocional ou abuso de drogas, os riscos ficam de quatro a cinco vezes maiores."
O problema geralmente dá as caras no final da adolescência e no início da vida adulta, mas a meninada menor também é alvo. Na infância, aliás, não raro ele é confundido com distúrbio do déficit de atenção e hiperatividade. "Crianças diagnosticadas assim, mas que não respondem ao tratamento, podem ter na realidade o transtorno bipolar", garante Jair Soares. Descobrir a doença cedo e controlá-la o quanto antes ajuda seu portador a levar uma vida normal. É o que você verá nas páginas seguintes.
As oscilações do humor podem ser trágicas. Uma depressão prolongada, daquelas que chegam a durar meses ou mesmo anos, muitas vezes são o estopim de uma tentativa de suicídio. No outro extremo, o da mania, algumas semanas de crise são suficientes para pôr toda uma vida a perder. Relações são desfeitas e o dinheiro economizado por décadas, torrado em poucos dias. Não precisa ser assim. O.k., não há cura para o transtorno bipolar mas, como outras doenças crônicas, trata-se de um mal controlável.Em casos de bipolaridade, os remédios conhecidos como estabilizadores do humor são fundamentais para o tratamento do tipo 1 e para alguns pacientes do tipo 2, como os médicos chamam uma forma mais moderada do transtorno. Qualquer que seja o tipo, porém, o maior problema costuma ser a resistência do paciente a tomar os medicamentos. Um dos motivos está nos efeitos colaterais. O lítio, por exemplo, que ainda é uma das drogas mais usadas, pode provocar ganho de peso, tremores, aumento do apetite e retenção de líquido um sufoco que, parece, as mulheres têm ainda mais dificuldade para enfrentar. "Mesmo assim, os benefícios são muito maiores do que os efeitos colaterais", opina Beny Lafer, da USP.
No entanto, é bom que fique claro: nenhum remédio, sozinho, opera milagres. Ele pode restaurar o equilíbrio químico dentro do cérebro, mas e as emoções? Hoje, até os cartesianos mais ferrenhos já deixaram de considerar a mente e o corpo como estruturas absolutamente separadas. No caso do transtorno bipolar, diga-se, estão intimamente ligadas. E é aí que entra a psicoterapia, como peça fundamental do tratamento dos bipolares. "Aliás, não se trata de uma doença mental apenas, mas um mal sistêmico que afeta o indivíduo como um todo. Esse paciente requer uma equipe multidisciplinar", defende Flávio Kapczinski.Prova disso é que, em uma das pesquisas realizadas pela equipe de Kapczinski, descobriu-se que os pacientes bipolares têm no cérebro uma quantidade menor de enzimas antioxidantes em comparação com o resto da população. Essas substâncias são essenciais para a manutenção da saúde ao evitar mutações genéticas que podem dar início ao câncer, por exemplo. "Não é por acaso que os bipolares têm maior incidência de morte por tumores, doenças cardiovasculares e diabete", acredita o psiquiatra. "Estamos em busca de métodos que permitam aos pacientes ficar livres não só das alterações do ânimo, mas de outros danos."
Doença do corpo e da mente, a bipolaridade também pode se enquadrar em outra categoria, a de doença social. Afinal de contas, muitas vezes não é o transtorno em si o que mais preocupa os pacientes, mas a reação das outras pessoas. Em outras palavras, é preconceito mesmo. E contra isso muitas vezes o melhor antídoto é fazer parte de um grupo. "O convívio social faz parte da terapia porque o doente discute situações comuns a todos os portadores. E um ajuda o outro", conta Silvio Esteves, presidente da Stabilitas, organização que reúne cerca de 400 bipolares em Porto Alegre. Ora, se a vida é dupla e a doença é tripla, a conta só fecha porque as soluções são múltiplas.O SOBE-E-DESCE DAS EMOÇÕESAs fases eufóricas são chamadas de mania. As mais brandas, de hipomania. Podem durar de alguns dias até longos meses, assim como as fases da depressão. No gráfico abaixo, repare que, quanto mais perto do centro, mais equilibrado é o humor.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
QUESTIONÁRIO AUTO-APLICATIVO PARA AVALIAR SUAS CHANCES DE ESTAR DEPRIMIDO
by WebMD's editorial staff
Você poderia estar deprimido?
A Depressão afeta as pessoas de modo diferente. Alguns, choram muito e ficam muito tristes. Outros, ficam irritados, mau-humorados ou ansiosos. Ainda tem os que manifestam a depressão através de sintomas físicos vagos e inespecíficos como dores musculares, prisão de ventre, dor de cabeça e outros.
Reflita sobre como você tem se sentido nas últimas duas semanas. Quais, dentre as afirmativas abaixo, melhor descrevem você?
1- eu me sinto triste e pra baixo na maior parte do tempo.
Sim=
Não=
2- eu perdi o interesse nas atividades que antes eu gostava.
Sim=
Não=
3- eu me sinto cansada a maior parte do dia.
Sim=
Não=
4- eu tenho problemas para dormir. Ou eu durmo muito ou passo a noite em claro.
Sim=
Não=
5- meu apetite mudou. Eu não estou comendo o suficiente ou eu estou comendo demais.
Sim=
Não=
6- eu estou com problemas para me concentrar.
Sim=
Não=
7- meus amigos me dizem que eu estou diferente. Eu tanto estou ansioso como inquieto ou letárgico.
Sim=
Não=
8- eu me sinto desesperançosa e inútil e sem nenhum valor.
Sim=
Não=
9- eu estou tendo enxaquecas freqüentes, problemas gástricos, musculares, dores no corpo ou na coluna.
Sim=
Não=
10- eu tenho pensado muito em morrer.
Sim=
Não=
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
DEPRESSÃO NA MULHER
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
DEPRIMIDOS E FAMOSOS
Para lerLaughter – A Scientific Investigation, Robert R. Provine. Viking. EUA. 2001O Sítio da Mente, Henrique Schüter Del Nero. Collegium Cognitio. São Paulo. 1997Felicidade, David Lykken. Ed. Objetiva. Rio. 1999The greatest gift that we possess, Alun Anderson. The World in 2002.The Economist (especial). dezembro de 2001.La Felicità, Amelia Beltramini. Focus. dezembro 2001. Fotos: Beethoven, Lincoln e Churchill, AP
domingo, 15 de fevereiro de 2009
DEPRESSÃO
Gostaria de lembrar aos nossos leitores que o TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma condição freqüente, crônica e que pode levar a sérios comprometimentos na vida da pessoa que sofre desse transtorno. O TDAH pode cursar sozinho, em sua forma pura, mas as pesquisas científicas e a prática clínica nos mostram que em 70 a 80% dos casos o TDAH cursa ao lado de outras condições psiquiátricas, em geral uma ou duas. Doenças que se manifestam no mesmo período de tempo são chamadas de comorbidades e precisam ser detectadas e tratadas individualmente por profissionais especializados em Saúde Mental da Infância e Adolescência. A presença de comorbidade(s) geralmente dificulta o diagnóstico podendo confundir o profissional menos experiente e normalmente sugere quadros de maior gravidade. Uma das comorbidades freqüentemente encontradas no TDAH em adultos, adolescentes e crianças é o Transtorno Depressivo Maior (TDM) ou Depressão e é dela que vamos falar nesse artigo. É de suma importância conhecermos bem todos os sinais e sintomas da Depressão para podermos fazer um diagnóstico e tratamento acurados.
Os Transtornos Depressivos ou “depressão”, sempre me deixou intrigada, especialmente em crianças e adolescentes. Trabalhar com crianças e jovens emocionalmente comprometidos é um desafio para o médico examinador e por isso mesmo pode ser vivenciado tanto como algo super gratificante como frustrante ou até mesmo fascinante ou confuso.
Não é novidade que a doença mental costuma ser sentida como um grande fardo para a família e para todos os que convivem com o seu portador, seja ele criança ou adolescente ou adulto. As maneiras com que cada família vai reagir podem ser as mais variadas. Usualmente, o que observamos, é a família tentar negar o problema e achar que tudo vai ficar bem. Ao longo de um tempo, as expectativas vão se multiplicando e a rejeição ao problema torna a vida diária insuportável. É comum vermos os pais se sentindo muito-culpados ou tentando culpar o cônjuge pelos transtornos que a doença traz. Muitos, numa atitude desesperada, enchem-se de expectativas irreais e exageradas para com os filhos, querendo que eles se transformem no oposto, a custa de muitas brigas, mágoas e ressentimentos. Após um certo tempo, vemos que os pais, sentindo-se exaustos, incompetentes, frustrados e decepcionados, acabam por se tornarem hostis à criança, sentindo-se agredidos por eles e nesse momento irrompe um clima quase insustentável na família, onde a incidência de separações desses pais aumenta muito, assim como a pressão que e feita sobre a criança, que a essa altura já incorporou uma falsa autoimagem negativa, com sentimentos de insuficiência, fracasso global, rejeição, incompreensão, tristeza e desesperança, sentimentos esses, significativos. Usualmente, é nesse momento, onde a dinâmica familiar encontra-se desestruturada e caótica, que pode advir um transtorno depressivo – que pode se manifestar de modos distintos, seja com o quadro clássico de humor deprimido, retardo psicomotor, sentimentos de tristeza profunda, desalento, desamparo, morte e etc., ou seja como sintomas de irritabilidade, mau humor, agitação, agressividade, falta de energia, etc. e que muitas vezes se sobrepõem aos sintomas do TDAH.
Nesse artigo abordaremos a DEPRESSÃO (TRANSTORNO DEPRESSIVO), em virtude da alta freqüência com que a comorbidade Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade-Depressão é observada na prática diária.
Incrível, pois a Depressão é uma condição neurobiológica grave, deletéria e altamente prevalente na população geral. Segundo estudo epidemiológico feito no Brasil, sua prevalência ficou em 15,5% da população. Se formos fazer uma média de prevalência no mundo, a depressão atinge aproximadamente uma a cada dez pessoas, acometendo mais de 340 milhões de indivíduos. Levantamento feito pela OMS, Organização Mundial de Saúde, mostrou prevalência ao longo da vida de 16,8% para depressão, 4,3% para distimia e 1,5% para transtorno bipolar. Mulheres apresentam um risco duas vezes maior que os homens de apresentar um transtorno depressivo.
O problema se caracteriza por altos graus de autodepreciacão, culpa, auto-estima e autoconfiança baixas, apatia, falta de prazer nas atividades de um modo geral, alterações do apetite e do sono, sentimento de desamparo e desesperança, solidão, entre outros, levando a altas taxas de suicídio ao ano. Para não falar na redução da performance profissional, da decadência laborativa, do absenteísmo, entre outros, fazendo da depressão um dos mais devastadores transtornos de saúde pública do mundo, com a qualidade de vida seguindo uma espiral decrescente ao longo da vida.
A pessoa deprimida pode ficar inquieta, impaciente, intolerante, desatenta e desconcentrada, denotando claros prejuízos cognitivos. E é nessa hora que o profissional precisa ser experiente, para fazer o diagnóstico diferencial com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ou TDAH.
É fundamental que o profissional seja experiente no assunto pois muitas outras doenças podem ser reflexos da depressão e normalmente costumam ser interpretadas como “tristeza”. Lembrar também que a Depressão se manifesta por sintomas emocionais e físicos e gera, ao longo de um tempo, uma exaustão física e mental, fragilizando o nosso sistema imunológico, fazendo com que outras patologias possam se instalar no nosso organismo. Daí ser tão importante o profissional saber distinguir entre doença primária e comorbidade. É lamentável que nos dias de hoje, muitos pacientes deprimidos passem por serviços de saúde primária e saiam sem diagnóstico.
A tonalidade do transtorno é sorrateira, podendo evoluir por anos camuflada em outros sintomas como fibromialgia, dores no corpo, asma, gastrite e outras doenças somáticas. Hoje em dia vemos profissionais das mais diversas especialidades tratando as depressões mais “típicas”, muito embora deixando passar desapercebidamente os casos leves, pela falta do hábito do médico na abordagem de sintomas emocionais. E o paciente deprimido, quer seja por esquecimento, apatia ou anergia, também não comente sobre o seu estado emocional e a situação vai piorando gradativamente. nos dias de hoje, muitos pacientes deprimidos passem por servicos ias se instalem no nosso organismo. Falta, ainda, na maioria das faculdades de medicina, o ensinamento dentro das especialidades clínicas do embasamento suficiente em psiquiatria para profissionais que não se especializam na área. E mesmo dentro da própria população a “depressão” ainda é vista como uma fraqueza, uma fase temporária, falta de esforço e de força de vontade, entre outros, e não como uma condição clínica real. Ao contrário de uma enfermidade clínica, a depressão afeta no paciente o sentido de si mesmo. Isso provoca medo e insegurança. O próprio paciente reluta em informar seus sintomas ao médico", por medo de estar “ficando louco”.
Reduzir todo o desagravo gerado pela depressão requer tempo e mudança, até mesmo mudanças de ordem cultural. É preciso entender e saber reconhecê-la em seus mais diversos graus. A depressão não é uma doença da alma. É um transtorno mental de ordem neurogenética e neuroquímica.
QUADRO CLÍNICO / SINTOMATOLOGIA –
1- ALTERAÇÕES NA AFETIVIDADE –
- humor deprimido ou irritabilidade, desproporcionais ao estímulo
- anedonia (falta de prazer geral), antecipação do desprazer
- apatia, abulia
- desinteresse, desmotivação
- sentimentos de cunho negativo, diminuição da auto-estima e autoconfiança, tristeza, “vazio”, auto-recriminação, autocomiseração, culpa, insegurança, etc.
- falta de vontade, falta de iniciativa, disfunção executiva.
2- ALTERAÇÕES NA PSICOMOTRICIDADE –
- retardo psicomotor, falta de energia
- preguiça ou cansaço extremo
- lentificação do discurso e do pensamento
- indecisão
- queixas de falta de memória
- agitação, predomínio de tensão
- falta de vontade e de iniciativa
3- ALTERAÇÕES NAS FUNÇÕES COGNITIVAS –
- tríade depressiva negativa (avaliações negativas acerca de si mesmo, do mundo e do futuro)
- temas recorrentes como ruminacões, privação, perda, morte, desamparo, doença, ruína financeira, aumento desproporcional das preocupações
- delírios congruentes com o humor envolvendo saúde, moral, relacionamentos e finanças, ou incongruentes com o humor, tipo persecutório.
4- SINAIS E SINTOMAS VEGETATIVOS –
- aumento ou diminuição do apetite
- diminuição da libido
- dores, sintomas físicos difusos
- desregulação circadiana da temperatura corporal, do ciclo sono-vigília e da secreção de cortisol
(Diagnósticos & Tratamentos, Dóris H. Moreno, 2006).
2 - DIAGNÓSTICO –
1- ANAMNESE –
Devemos pesquisar vários aspectos, como a idade de início do primeiro episódio, as características clínicas de cada episódio, a intensidade de cada episódio, os riscos para o paciente (risco de vida, da perda de empregos, de separação, potencial suicida), duração de cada episódio, natureza dos sintomas, padrão de recorrências, comorbidade com abuso de álcool e drogas ou outras substancias psicoativas, comorbidade com outros transtornos psiquiátricos, antecedentes pessoais e familiares sugestivos de bipolaridade e antecedentes pessoais de doenças médico-sistêmicas.
2- EXAME PSÍQUICO –
1) aparência geral – vai depender muito da gravidade da depressão. Nos quadros graves, o paciente pode estar absorto, olhar para o vazio, sem brilho, podendo apresentar o sinal da testa franzida – sinal do ômega melancólico. Postura cansada, curvada, cabeça tendendo ao lado ou abaixo. Geralmente a pessoa deprimida vem trazida por um familiar, vestes próprias por vezes em desalinho, denotando total falta de vaidade e cuidados de higiene pessoal nos casos mais sérios. Na depressão agitada e ansiosa, a pessoa fica inquieta, passando um clima aflitivo de angústia, agonia e apreensão. Esfrega as mãos, os cabelos e pode não exibir necessariamente uma aparência depressiva típica. Por isso é tão importante o profissional ser um especialista em transtornos de humor, pois muitos casos de depressão ansiosa não recebem diagnóstico e tratamento corretos.
2) cognição e percepção – como já vimos, a depressão cursa com lentificação psíquica, com comprometimento da atenção, memória e do curso do pensamento. Como a concentração e atenção para leitura, fazer um relatório ou escrever um texto ou ver TV ficam prejudicados, tomar cuidado para não confundir com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ou TDAH, pois para um profissional não avisado, os sintomas podem se parecer muito e se confundirem. O raciocínio fica mais lento bem como o tempo de latência de respostas. Essas, podem ser evasivas ou lacônicas. As idéias podem chegar a deliróides, de cunho persecutório, ruína, miséria, etc. as idéias de suicídio devem ser investigadas diretamente, sem rodeios, isso alivia o paciente e reforça o vínculo. Atividades mais complexas ficam prejudicadas, dando lugar a uma Disfunção Executiva, com comprometimento em tarefas que exijam organização e planejamento, prejudicando as atividades da vida diária e laborativa. Delírios podem estar presentes, congruentes ou não com o humor. Entre os primeiros, citamos os de ruína, falência financeira, hipocondríaco, e entre os não congruentes, temos os de auto-referência e os persecutórios. Ilusões visuais tipo catatímicas (olhar uma árvore e ver uma pessoa, por exemplo), visuais e auditivas e as alucinações geralmente auditivas (geralmente de cunho depressivo ou acusatório). Quanto pior o grau da depressão, pior fica a noção de morbidade bem como a capacidade de julgamento e crítica.
3) humor e afeto – o humor fica polarizado para depressão, podendo predominar tristeza, apatia ou irritabilidade. A pessoa pode chorar muito ou não conseguir chorar. Ele sempre fica hipersensível aos estímulos, ressentindo-se e magoando-se com mais facilidade. Uns ficam incapazes de se emocionar e dizem estar com “sentimento de falta de sentimentos”. Já a afetividade refere-se a sentimentos de angustia, ansiedade, auto-estima baixa, medo ou temor irracional e difuso, desânimo, insegurança, inadequação, inutilidade, incompetência, vazio, indiferença e desinteresse. O humor pode oscilar durante o mesmo dia. A incapacidade de sentir prazer ou anedonia pode estar parcial ou global, até mesmo para coisas que gostava anteriormente, hobbies, etc., ficando tudo cinza, chato e sem graça.
4) comportamento e psicomotricidade – ocorre lentificação psicomotora, com redução dos movimentos espontâneos, aumento da latência de resposta e hipomimia (redução do brilho e expressividade facial), com anergia e queda na produção física e intelectual. A abulia (comprometimento da volição) e a falta de iniciativa e de tomada de decisões interfere de modo global no dia-a-dia do indivíduo, que fica “amarrado” para resolver compromissos no trabalho, em casa e na vida pessoal, de modo global. Graus extremos de lentificação psicomotora são chamados de estupor depressivo, um quadro grave onde a pessoa fica imóvel, em mutismo, não se alimenta, e que precisa de tratamento urgente com ECT, eletroconvulsoterapia, que é uma solução inócua e imediatamente eficaz para os casos de estupor.
3 – EXAME FÍSICO E EXAMES COMPLEMENTARES
O exame clínico do paciente segue a rotina da prática médica. Os exames laboratoriais comumente usados na depressão, para a avaliação de outros possíveis transtornos (diagnóstico diferencial) incluem:
hemograma completo,
exame de função renal (uréia e creatinina),
hepatograma completo (AST, ALT, gama-GT, amilase, bilirrubinas),
exames de função tireoidiana (T3, T4, T4 livre, TSH, anticorpos antitireoidianos como os anticorpos antitireoglobulina (anti-TIREO), antitireoperoxidase (anti-TPO), anti-receptor do TSH (Trab) e anticorpos antimicrossomais (AAM), glicemia, dosagem sérica de eletrólitos (Na/K, Ca, Mg), reação sorológica para sífilis,
Eletrocardiograma
Caso haja necessidade de investigação mais detalhada, recomenda-se a solicitação de um eletroencefalograma, uma TC (tomografia computadorizada) ou RMN (ressonância magnética nuclear) de cabeça, urinocultura, clearance de creatinina, sorologia para HIV e dosagem sérica e urinária de substâncias psicoativas.
4 – SUBTIPOS DE DEPRESSÃO
2 – DISTIMIA – é um quadro mais leve e crônico. As alterações do humor estão presentes na maior parte dos dias, todos os dias, por no mínimo 2 anos e não preenchem critérios para um episódio depressivo ou transtorno depressivo recorrente, tanto pela gravidade e duração dos sintomas. Pode haver oscilações do humor mas a prevalência é de um estado de cansaço e desânimo na maior parte do tempo. Os distímicos
geralmente se mostram excessivamente preocupados e com sentimento persistente de inadequação diante da vida, mas não costumam ter alterações na libido, apetite e na parte psicomotora. Podem somatizar, e costumam queixar-se de letargia, inércia, anedonia (falta de prazer nas coisas) e piora matinal. 25% a 50% dos adultos distímicos podem apresentar latência do sono REM diminuída, maior densidade de sono REM, sono de ondas lentas reduzido e prejuízo na continuidade do sono. Na maior parte dos casos, a distimia se inicia na adolescência ou no princípio da idade adulta. Mais de 90% dos distímicos evoluem para um episódio de transtorno depressivo maior, o que corresponde a um prognóstico desfavorável e com menor probabilidade de remissão completa dos sintomas depressivos e uma maior tendência à resistência aos tratamentos.
3 – DEPRESSÃO MELANCÓLICA – ou endógena (termo não usado mais) caracteriza-se pelo predomínio de sintomas somáticos, vitais ou biológicos, como a perda de interesse ou prazer em atividades que antes gostava, piora matinal, falta de reatividade do humor, retardo psicomotor, perda importante do apetite e perda de peso. Recentemente, o retardo psicomotor foi o sintoma caracterizado como “marcador” da melancolia, sendo um achado necessário e suficiente para o seu diagnóstico.
4 – DEPRESSÃO ATÍPICA – apresenta uma inversão dos sintomas somáticos como aumento de apetite e ou ganho de peso, dificuldade para conciliar o sono, hipersônia maior que 10hs/d ou 2hs a mais do que quando não deprimido, sensação de corpo pesado ou “paralisia de chumbo”, sensibilidade exacerbada à rejeição interpessoal e reatividade do humor nos diversos ambientes. Estudos mostram que pacientes com depressão atípica evoluem mais freqüentemente para Bipolares tipo II e têm história familiar de bipolaridade.
5 – DEPRESSÃO SAZONAL – inicia-se recorrentemente no outono/inverno com remissão na primavera, sendo incomum no verão. Esses episódios devem repetir-se por 2 anos consecutivamente sem episódios não-sazonais durante esse período. A depressão sazonal pode cursar nos padrões de um transtorno depressivo maior, transtorno bipolar tipos I ou II ou transtorno depressivo recorrente. Observar se há estreita correlação temporal entre o início dos episódios e a estação do ano, outono/inverno. A prevalência é maior entre jovens que vivem em maiores latitudes. Os sintomas mais comuns são letargia, diminuição de atividade, isolamento social, diminuição da libido, hipersônia, aumento do apetite, “fissura” por carbohidratos e ganho de peso. Alguns portadores podem sentir-se com mais energia na primavera, ficando mais ativos e sociáveis e com aumento libido, menos necessidade de sono, redução do apetite e perda de peso. Assim, esses tipos de quadros sugerem episódios hipomaníacos e portanto poderiam ser classificados como bipolares tipo II.
6 – DEPRESSÃO PSICÓTICA – é um quadro grave, com a presença de delírios e alucinações. Os delírios podem ser congruentes com o humor, por exemplo, idéias de ruína, pecado, doença sem cura, pobreza, desastres e outros. As alucinações auditivas são geralmente acusatórias e depreciativas e as alucinações olfativas ocorrem como um odor putrefato. 14 a 25% das depressões são depressões psicóticas. É mais comum em mulheres.
TDAH
A existência do transtorno do déficit de atenção/hiperatividade como um distúrbio clínico é irrefutável. Apesar da etiologia e do perfil sintomático permanecerem em constante debate, os sintomas e conseqüências do TDAH são facilmente observáveis.
Embora teorias retratem o TDAH como um transtorno do desenvolvimento, isto não deve ser encarado como um obstáculo para aceitarmos tal condição como um fator presente durante a vida de um indivíduo, ainda que os métodos científicos requeiram mais do que hipóteses para escrevê-lo como fato. Apesar do conhecimento de milhares de artigos que falam sobre o TDAH, a literatura é escassa quando se trata de tal distúrbio em adultos.
A quantidade destes estudos vem aumentando significativamente ano após ano, inclusive estudos longitudinais que mostram o distúrbio da infância até a idade adulta. Cada uma destas publicações envolvem a promessa de novos dados sobre o comportamento do TDAH na fase adulta. O tempo determinará quais caminhos seguir e quais serão os resultados finais.
Infelizmente, as publicações atuais do TDAH em adultos não são baseadas em dados científicos, e sim, em "impressões" clínicas de determinados profissionais. Tanto na prática clínica quanto nas pesquisas, há incompreensão quanto ao processo diagnóstico, particularmente no que se refere ao fato de que um conjunto de sintomas presentes na infância pode estar presente também na fase adulta.
Por exemplo, algumas pesquisas sugerem, baseadas em revisão de literatura, que à medida que o indivíduo envelhece (quanto mais anos se passem), os sintomas que são encontrados facilmente na infância tornam-se "encobertos", mascarados. Porém, quando dados são coletados levando-se em consideração o sexo do indivíduo e sua evolução cronológica, fica claro que os sintomas do TDAH persistem e causam prejuízo para um grupo significativo de adultos. Estes adultos referem problemas psicológicos, apresentam mais dificuldade para dirigir e freqüentemente mudam de emprego. Também com freqüência referem uma experiência educacional inconsistente e casamentos múltiplos. Não estou sugerindo que seria impossível para alguém com TDAH obter um título de graduação ou manter um relacionamento estável, digo apenas que estes indivíduos terão mais dificuldades de consegui-los do que um adulto normal na população geral.
A natureza biopsicossocial do distúrbio através dos anos tem se tornado aparente e de forma crescente, nos últimos 15 anos. Adultos com TDAH demonstram maior dificuldade quando perdem a atenção, pois não conseguem mudar de tarefa ou desviar sua atenção para um novo assunto satisfatoriamente. Quando submetidos a testes neuropsicológicos, freqüentemente apresentam dificuldades para manter a atenção, planejar uma ação, organizar o raciocínio, lidar com pistas visuais e manter a atenção auditiva. Alguns pesquisadores sugerem que o TDAH pode refletir um padrão mal adaptado de habilidades desenvolvidas baseadas em um modelo de evolução, mas a literatura sobre isso é limitada.
Não há estudos que revelem qualquer vantagem que indivíduos com TDAH apresentem sobre indivíduos normais. Além disso, o crescente reconhecimento de que o distúrbio reflete não só um problema de atenção, mas também um problema de auto-regulação ou autocontrole fornece algumas hipóteses para explicar uma infinidade de problemas geralmente identificados em adultos com história de TDAH.
Isso explica que, além de desenvolver e adaptar um valiosos leque de qualidades, indivíduos com TDAH sofrem uma "fraqueza" para desenvolver uma auto-regulação e funções executivas eficientes.
É estimado que aproximadamente um terço dos adultos com TDAH progride satisfatoriamente em sua vida adulta. Outro terço destes adultos continua apresentando alguns problemas, enquanto que o último terço deles freqüentemente desenvolve alterações significantes. Levando-se em consideração estudos com resultados bem conduzidos, conclui-se que 10% a 20% dos adultos com história de TDAH apresentam dificuldades; 60% continuam apresentando sintomas de TDAH e experienciam problemas emocionais, acadêmicos e sociais pelo menos em nível leve a moderado. Finalmente, 10% a 30% desenvolvem problemas anti-sociais ou outras co-morbidades como ansiedade e depressão.
Muitas dessas dificuldades estão ligadas a continuidade, severidade e persistência dos sintomas do TDAH. Estudos estão demonstrando que adultos com TDAH relatam os mesmos sintomas descritos quando a patologia é diagnosticada na infância, mas o impacto desses sintomas em suas vidas é diferente. Além disso, pelo menos em grau leve, a maioria dos adultos da população geral relata alguns sintomas relacionados com falta de atenção e controle de impulsos.
Um crescente número de autores que pesquisam o modelo de desenvolvimento tem demonstrado que certos comportamentos que se apresentam na infância podem prever, de modos geral, risco de problemas na idade adulta assim como identificam fatores que reduzem o risco e aumentam a chance de uma transição satisfatória para a idade adulta.
De modo geral, alguns fatores que favorecem ou protegem a criança de alterações psiquiátricas também envolvem a criança com TDAH (atualmente os dados são limitados quanto a tais fatores específicos para o TDAH). Fazer parte de uma família com condições mínimas de sobrevivência (acima do nível da miséria), com pais livres de problemas psiquiátricos e emocionalmente e fisicamente presentes na vida da criança são fatores que predizem um bom desenvolvimento.
Especificamente no que se refere ao TDAH, o desenvolvimento de comportamento agressivo, depressão e abuso infantil pode aumentar o risco de desvios na idade adulta. Outros fatores que podem interferir no desenvolvimento infantil são pais portadores de psicopatologias, dificuldades de aprendizagem e cognição diminuída. Há uma tendência que sugere que a combinação de medicação, terapia cognitiva e treinamento de algumas atividades seja benéfica para adultos com TDAH.
Dr. Sam Goldstein é Editor-chefe do Journal of Attention Disorders Co-Editor do Attention Magazine, as revistas mais conceituadas nos Estados Unidos sobre o TDAH. Ele também é Co-Editor da série The Guilford Press, Risk and Resilience. Escreveu inúmeros artigos, textos e livros e é respeitado em todo o mundo como especialista em TDAH.